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Educação em casa


Olá queridas, o artigo de hoje é mais que especial por ser direcionado às famílias que estão com crianças em casa durante esses novos tempos. Os desafios de educar filhos são infindáveis porque cada fase exige dos pais mães uma nova habilidade de compreensão e de comunicação.


Agora com mais esse desafio de educar os filhos em tempo integral venho trazer pra vocês algumas dicas dentro daquilo que tenho como experiência com os meus e dos estudos que fiz antes até da minha vida na maternidade quando já era uma educadora.


Pratico homeschooling, traduzido como educação em casa, há cerca de 5 anos. Com meus 3 filhos venho aplicando o que na teoria faz sentido e obtendo resultados expressivos em relação ao que esperava comparando com a educação escolar.


Primeiro quero esclarecer que em meu amplo conceito de educação, ela já deve ter sua origem em casa mesmo, se estendendo para a escola quando a criança está pronta para vivenciar essa transição tanto fisicamente quanto emocionalmente. Para a maioria das famílias, manter a educação em casa até os três anos de idade é um ideal fora de alcance.


Compreendo que os antigos paradigmas estão mudando então vamos pensar um pouco fora da caixa daqui por diante? Talvez depois dessas transformações que estamos vivendo socialmente possamos ver as coisas por outros ângulos, não é mesmo?


A escola entra na vida da criança para facilitar a vida dos pais e mães que podem utilizar o tempo que elas não estão em casa para se dedicarem aos seus trabalhos trazendo sustento para seus lares. No entanto, a educação de base não deve ser terceirizada, ou seja, sendo a escola uma extensão da casa, na educação infantil as crianças desenvolvem juntas as habilidades intelectuais, emocionais, físicas e sociais que a vida escolar pode oferecer. No entanto, as mesmas habilidades podem continuar sendo oferecidas em casa pela família ou até mesmo por um tutor ou professores particulares dependendo da condição familiar.


No ensino fundamental e médio esse(s) tutor(es) podem ser mais necessários devido a uma limitação dos pais em auxiliar os filhos nos conteúdos específicos e mais aprofundados, avançados e extensos como Física, Literatura, Geometria, História da arte e outros. Também existem cursos específicos como o Kumon que oferece aulas de português e matemática e as escolas de idiomas que agregam muito no aprendizado.


Mas como fica a socialização? A socialização acontece em qualquer lugar que as crianças tenham contato com pessoas fora de casa, seja indo até o mercadinho do bairro ou conversando com os vizinhos e primos. Isso tudo depende da compreensão e habilidade comunicativa dos pais e mães que aos poucos podem dar autonomia aos filhos para se desenvolverem socialmente. Estar na escola não é sinônimo de socializar. Existem crianças muito antissociais nas escolas assim como existem as bem socializadas que estudam em casa.


A grande questão do momento é que a maioria das famílias não estava preparada para ter que educar os filhos integralmente em casa e isso gerou uma série de conflitos e adaptações de ambos os lados, famílias e escolas. Então vamos logo para as dicas práticas que podem facilitar essa transição e auxiliar as famílias a encontrarem mais harmonia em sua convivência sem deixar de lado o aprendizado formal.


Preparado(a)s?


1- Organize sua semana separando uma hora por dia para estar totalmente a disposição dos filhos. Cada família pode encontrar em sua rotina o melhor horário e isso não inclui as refeições nem o lazer. Essa hora é dedicada exclusivamente aos estudos. Embora esses estudos não terem que necessariamente serem feitos de forma sistemática exatamente como se fazia na escola.


2- Use a criatividade que está borbulhando na sua criança interior. Comece logo a fazer uma conexão mais profunda com essa criança porque ela será sua guia por esse caminho desconhecido. Isso pode ser muito divertido e curador ao mesmo tempo para você e para seus filhos. Prepare antecipadamente atividades, pesquise na internet se for preciso. Use sua imaginação e também as recordações da sua própria infância para criar! O lúdico envolve e a alegria faz expandir o conhecimento. Sim, os professores dos seus filhos costumavam passar horas preparando atividades e corrigindo tarefas em seu "tempo livre" o que na escola é conhecido como "hora atividade" que não é só uma hora ou duas por semana como a folha de pagamento mostra.


3- Você não precisa saber de tudo. Seus filhos sabem usar as ferramentas de busca e pesquisa como livros, internet, questionário, entrevista, revistas e artigos científicos? Se não sabem está na hora de começar. Isso pode ser a chave para um ensino mais autônomo da parte das crianças e adolescentes e é sempre melhor começar pelos assuntos e temas preferidos deles. Façam projetos juntos e descubram métodos investigativos interessantes. O resultado disso são estudos mais interativos e emocionantes que envolvem os estudantes através de seu interesse.


4- Inclua atividades sensoriais. Ativar os sentidos faz com que o conteúdo trabalhado fique gravado mais facilmente e o ensino vivencial é comprovadamente um método eficaz de aprendizado que dura mais tempo pois o estudante consegue compreender os conceitos a partir da prática ao invés de fixar o conceito no vazio do intelecto.


5- Decorar significa saber de coração. Envolva a emoção das crianças a partir dos 11 anos de idade para que o entendimento chegue mais profundamente até elas. A arte é uma grande aliada e chave do aprendizado em qualquer idade, mas na puberdade o que o estudante aprende através de vivências artísticas se tornam parte dele para sempre. Dramatize, pinte, cante, dance, busque a contextualização dos conteúdos e traga-os para a vivência da forma que achar melhor. Com crianças pequenas, por exemplo, contos, histórias, rodas rítmicas, cirandas, parlendas, poesias, rimas e versos, músicas e movimento trazem para o corpo o aprendizado que não precisa ser vivenciado apenas na cabeça pensante.


6- Criança é movimento de contração e expansão! Crie um ritmo determinado e observe os ritmos existentes na natureza para usar a seu favor. Ensine as crianças a perceberem esses ritmos na prática e dinamize as atividades mostrando esses ritmos de diferentes maneiras. Estações, meses, festas anuais, dias da semana, horas do dia, os rituais marcam nossas vidas e ficam gravados em nossa memória naturalmente. Busque conhecer o ritmo da sua família e respeite também o ritmo individual de cada estudante na compreensão do que é trabalhado.


7- Sem comparações. Se você tem mais de um filho, faça um esforço para não comparar um com o outro. Valorize as habilidades que cada um tem e verá que a autoestima deles cresce enquanto seu desempenho se torna mais positivo. Nenhum de nós é igual e as comparações só atrapalham o desenvolvimento estimulando uma competição sem sentido. Incentive-os a serem colaborativos uns com os outros e sinta a generosidade natural que as crianças trazem se não forem estragadas por atitudes egoístas dos adultos que as cercam.


8- Seja gentil consigo mesmo(a). Você nunca fez isso antes? Não se preocupe se fizer algo errado tentando acertar. Melhor do que pais e mães perfeitos os filhos precisam de pais e mães que os amem. Quando você se esforça e dá o seu melhor isso é suficiente. Da mesma forma não espere perfeição dos seus filhos, ensine-os a serem felizes.


9- Escolha suas batalhas. Nem sempre os filhos vão reagir da forma que você espera, nem sempre vão estar com vontade de participar daquilo que você preparou com tanta dedicação. Sem estresse! Busque a leveza e o bom humor nas relações e escolha cuidadosamente as batalhas que quer travar e as que simplesmente não valem a pena. Você também terá seus dias nublados e precisará lidar com isso com tranquilidade.


10- Não desista facilmente! Educar é uma tarefa linda que exige um único requisito e ele não é o conhecimento. Persista em nome do amor. Só o amor constrói, só o amor cura, só o amor ensina. Nós somos apenas guardiões, se fizermos com amor está tudo certo. Só não vale desistir.


Meus votos são de dias ensolarados em cada lar e que a chuva venha para fertilizar os corações para fazer florescer em nós o que há de melhor. Eu acredito na família como célula mãe da sociedade. Eu acredito que criar filhos é grandioso e uma missão realmente sublime que começa na autoeducação. E também acredito que é preciso uma aldeia para educar uma criança. Não estamos sozinhos!


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