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Mundo tela, infância roubada


É notável no sentido de notar mesmo que algumas doenças estejam aumentando na infância como obesidade, depressão , miopia e dificuldades de aprendizado.


Os motivos são diversos e há uma enorme contribuição disso relacionado ao tempo de exposição das crianças às telas: televisão, tablet, celular...


O mais assustador é saber que a mielina, substância branca do cérebro que torna a capacidade de fazer sinapses e conexões, está diminuída em crianças que ficam excessivamente expostas às telas. Sim, seus filhos podem ficar (menos inteligentes) ao assistir muita televisão.


Isso é novidade para você?


Muitas revistas e até mesmo na internet encontramos artigos alertando para o uso limitado das telas na infância. É preocupante em diversos sentidos porque nós pais também passamos grande parte do tempo ligados nas telas, principalmente do celular.


Quando eu era criança eu ouvia que a televisão era um forninho de fritar cérebros... E eu gostava muito mesmo de assistir televisão.


Depois que me casei nunca mais comprei uma televisão. Passei anos sem ter uma em casa e quando tive, praticamente ficava desligada o ano inteiro. Isso não quer dizer que meus filhos não assistam filmes. Eles adoram e pedem todos os dias. Mas sabe o que acontece? Eu e meu companheiro somos os pais e resolvemos limitar as telas para que assistam apenas aos finais de semana, um ou dois filminhos por dia no máximo.


Eles insistem, pedem, reclamam... Tem hora que a gente quer e precisa de um tempo para trabalhar ou conversar a sós e nessas horas é que parece boa ideia colocar as crianças sentadas para assistir um filme, afinal elas realmente vão nos deixar em paz. Maaaaas, limite é limite. Nós também precisamos vigiar! "Orai e vigiai." A gente se compromete com a palavra e depois tem que vigiar pra não cair em tentação.


Ser pais e mães exige de nós um pensamento mais claro sobre como queremos educar as crianças a longo prazo. Além disso deixar as crianças hipnotizadas na frente de uma tela que não as auxilia a aumentar a criatividade ou realmente aprender melhor, me parece um atalho para o fracasso.


Alerta!!! Crianças com menos de 2 anos de idade não devem assistir nada em telas! O cérebro delas ainda em formação é o mais prejudicado e se a gente pensar bem, não há necessidade alguma de expor uma criança tão pequena a essas tecnologias. Criança precisa ser incentivada a brincar livremente, se movimentar, ter atenção ao se alimentar sem a distração de uma tela que inclusive atrapalha o sono.


Conclusão, pensar em como queremos educar os filhos a longo prazo é investimento e merece um plano claro de ação que depende também da nossa autoeducação. Ninguém disse que ia ser fácil... Eu que cresci apreciando as telas tenho muito trabalho hoje pra me livrar desse mal hábito. Meu esforço é diário. Não quero isso para os meus filhos.


Outro alerta: as telas roubam um tempo precioso da nossa vida. Podemos encontrar outras formas de entretenimento que nos conectem à vida, às natureza e uns aos outros de verdade, na vida real.


Já parou pra pensar que muito da forma que escolhemos educar nossos filhos está baseada em 3 coisas?


1) não quero repetir padrões negativos herdados.

2) não quero que falte para eles o que eu não tive.

3) quero que eles tenham e sejam mais que eu.


Precisamos pensar nas consequências para as ações que decidimos tomar a partir dessa base de incentivos pois eles são inconscientes. Acredito que apenas o terceiro seja realmente bom quando é verdadeiro porque verdadeiramente liberta as futuras gerações de fazerem o que fizemos de errado só para se sentirem amados e pertencentes.


Quase sempre vemos pais e mães sendo exatamente como seus pais de maneira inconsciente e repetindo padrões que não se aplicam mais às mudanças que a sociedade vivência hoje. Quanto mais tentamos não ser como nossos pais, mais nossa consciência moral nos cobra para que sejamos exatamente iguais.


Muitos pais mimam os filhos e os enchem de coisas às quais as crianças não dão valor simplesmente porque os pais não tiveram isso em suas infâncias e isso os feriu de alguma forma. Os filhos acabam não aprendendo o valor das coisas adquiridas porque tudo vem a eles com tanta facilidade e os pais muita vezes passam horas se dedicando ao trabalho sem compreender que na verdade tudo de que as crianças realmente precisam e gostariam de ter seria mais fácil e prazeroso de dar do que qualquer brinquedo caro. A atenção e conexão, a presença total e verdadeira dedicada aos filhos tem muito aos valor e ecoa no fundo da alma dos filhos por décadas.


As telas também roubam essa presença. Elas estão infiltradas nas casas, nas vidas, sugando o tempo e a atenção dos pais e por consequência também dia filhos que seguem o exemplo do que veem.


Hoje o que tenho de mais precioso para oferecer às mulheres e famílias que atendo é meu tempo, minha experiência de vida, meu ser. E esse é exatamente o mesmo presente que ofereço aos meus filhos e esposo quando estamos juntos. Por isso esse tempo é tão especial, tão bem compartilhado. Meus pais me ensinaram a ter cuidado para que o dinheiro trabalhe para mim e não eu para o dinheiro. Para que eu possa desfrutar do que o dinheiro pode pagar, e também daquilo que não tem preço, mas tem um enorme valor para mim.


Espero que essa reflexão possa chegar até seu coração e toque aí no fundo inspirando uma força de decisão que só você pode fazer hoje, neste instante. Ser livre e se dedicar ao que realmente importa a você.


Arimila Barreto de Carvalho Milanez

Doula e mãe de três.


@arimila.doula



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