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Pobreza Mestrual, uma provocação


Olá queridas leitoras! Hoje quero provocar uma reflexão. O que aconteceria se todas as mulheres pudessem menstruar em paz, parir em paz e viver a menopausa em paz?

Quando digo paz, estou falando de equilíbrio também. Equilíbrio hormonal, emocional, físico, espiritual e mental. Estou falando de conexão consigo mesma, de saber ouvir e perceber os sinais que o corpo dá sobre como estamos e como as transformações que acontecem fora influenciam dentro e vice versa.


Estou falando de uma utopia? Acredito que é possível e vejo que cada dia mais mulheres estão despertando para si mesmas, para terem uma relação mais próxima com o próprio corpo, compreendendo esse veículo como um templo sagrado e fonte de poder, de cura, de conhecimento e de amor.


É um longo caminho, porque nossa história mostra uma trilha de acontecimentos violentos e cheios de ignorância, muitas trevas já foram vencidas e o cenário está cada dia mais claro, mas todo esse processo de retorno à casa conta fatos que impregnaram a sociedade ocidental de forma a pensar que deveríamos ter vergonha de ser quem somos.

Hoje eu quero trazer a reflexão do ser mulher em outro contexto, no contexto das desprivilegiadas. As mulheres que são moradoras de rua, as que são miseráveis, as que foram forçadas a se casar pela família ou por pressão cultural, as que sofreram estupros, as que não tem direito de escolher seus destinos e as que não tem perspectiva de futuro, pelo menos não um futuro bom.

Você já parou para pensar o que pode ser feito por elas? E se devemos nós, as privilegiadas fazer algo pra elas para que reencontrem seu próprio poder de escrever uma história melhor? Ou talvez de ter um ato simples que inicie um processo de autocuidado na outra pessoa.

Às vezes penso que as pessoas poderiam ser classificadas em três grupos: as que reclamam, as que observam e as que fazem.


Tem muita gente reclamando. Tem gente que reclama com muitos motivos e isso não as auxilia a mudarem suas realidades, mas nem por isso deixam de ter motivos.


Há quem não reclama, observa os que reclamam e os que fazem, mas não mudam a realidade de ninguém. Observar não é um ato muito ativo afinal. Elas percebem o que está acontecendo, mas não conseguiram ainda dar um passo para talvez estender a mão.


E há aqueles que simplesmente fazem. Estes não reclamam, mas se compadecem dos outros apesar de terem seus próprios motivos. Eles observam também e isso os movimenta a agir em prol de algo ou alguém. De fato são os que fazem que estão mudando o mundo.


Os que fazem não são melhores que os outros, eles tem seus próprios desafios para superar, mas acredito que estão FAZENDO porque sabem que suas ações é que movimentam e assim, auxiliando os outros eles tem uma visão mais expandida dos seus próprios limites, de suas próprias mazelas. Os problemas dos outros são sempre menores que os nossos se deixamos o ego tomar conta. Mas se olhamos para a vida dos outros e temos compaixão, sofremos a vergonha de perceber que nossos problemas são tão pequenos, na verdade.


Então criar coragem para passar de reclamador e observador para alguém que faz, pode ser a cura para nossas próprias dores.

O que você tem feito?

Quero te convidar a se inspirar no exemplo de uma jovem chamada Rafaella de Bona sobre a pobreza menstrual. Ela observou as mulheres moradoras de rua e percebeu a dificuldade que elas tem durante seu ciclo menstrual quando chegam os dias de sua lunação, ou seja, da menstruação. Já parou pra pensar como elas fazem sem água, sem dinheiro pra comprar absorvente? Pois acompanhe o TEDx Brasil da Rafaella e veja como o ato dela trouxe uma alternativa importante na vida dessas irmãs. Um verdadeiro exemplo de sororidade. Falei disso no artigo anterior se lembra? Se ainda não leu é só procurar nessa mesma coluna. E estou sempre aberta para receber suas sugestões de temas para os próximos artigos.


Espero que tenha gostado dessa provocação e se quiser, convide outras mulheres para refletirem também! Compartilhar é um ato de amor nesse caso. Até mais!




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