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Agosto Dourado - Aleitamento Materno - Preparando para Nutrir


Olá minhas queridas! Chegamos ao mês de Agosto, e durante todo esse mês vamos abordar o tema Aleitamento Materno. Inspirada em uma ação mundial, o Agosto Dourado, iremos tratar desse assunto com diferentes abordagens a cada semana. Inicialmente falaremos de como o organismo feminino se prepara para esse momento de amamentação e como é produzido o leite materno.

Para que a amamentação seja possível o organismo materno sofre diversas modificações durante a gestação. Na verdade o corpo feminino é preparado para esse momento desde a puberdade, quando as mamas começam a se desenvolver a partir do estímulo dos picos de estrogênio existentes nos ciclos menstruais. O estrogênio estimula o crescimento da glândula mamária e a deposição de gordura para dar volume às mamas. Durante a gestação as mamas têm um crescimento ainda maior em função dos altos níveis de estrogênio e progestogênio. O progestogênio estimula o crescimento dos alvéolos e lóbulos, enquanto o estrogênio estimula a proliferação dos ductos lactíferos e suas ramificações. Ocorre também a deposição de gordura em torno do tecido glandular e acúmulo de líquido dentro das células. Esse estímulo mamário é chamado de mamogênese.

Outros hormônios também participam do processo de crescimento glandular ao longo da gestação como o lactogênio placentário, a gonadotrofina coriônica e prolactina. A partir desses hormônios existe o aumento do volume das mamas, dilatação das veias superficiais, aumento do fluxo sanguíneo e aumento da pigmentação da aréola e do mamilo. No fim do segundo trimestre da gestação, o tecido alveolar cessa sua proliferação e inicia sua atividade secretora basal, que aumenta gradativamente até o fim da gravidez. A prolactina é o hormônio responsável pela produção de leite promovendo a fase chamada de lactogênese, e apesar de seus níveis estarem elevados durante a gravidez a mulher não secreta leite graças à inibição promovida pelo hormônio lactogênio placentário (produzido pela placenta). Com o nascimento do bebê e a saída da placenta, os efeitos inibitórios do progestogênio placentário sobre a prolactina cessam, e a secreção do leite aumenta. Da mesma forma inicia-se a síntese de ocitocina que irá atuar na ejeção do leite.

Entre o 3° e 4° dia pós parto ocorre a chamada descida do leite, apojadura, esse evento não depende da sucção do mamilo pelo bebê, essa fase é dependente dos fatores hormonais e mesmo que não haja sucção ela acontecerá. Nessa fase da apojadura as mamas ficam edemaciadas, com um grau leve de tumefação, avermelhada e um pouco dolorida.

Em seguida ocorre a galactopoiese, essa fase se mantém por toda a lactação, depende principalmente da sucção do bebê que promove a liberação de ocitocina, e do esvaziamento da mama, que promove a liberação de prolactina. Ou seja, quanto mais o bebê sugar mais leite a mãe irá produzir. Outra função importante da ocitocina é sua atuação na contração da musculatura do útero, diminuindo o risco de sangramento pós parto. Por esse e outros fatores que o bebê deve ser colocado para mamar ainda na primeira hora de vida. O efeito da sucção da mamada garante a ejeção do leite nas duas mamas. Sem o esvaziamento adequado da mama, a produção do leite diminui, por inibição mecânica e química. Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto a criança mama, sob o estímulo da prolactina.

A amamentação não é um ato simples, e sim um evento psicossomático. Para que tal evento ocorra adequadamente a mãe deve receber apoio, estar confiante, informada, com disponibilidade física e emocional, desta forma com a continuidade dos estímulos da sucção chegam até a hipófise e promovem a liberação de ocitocina, que como já falamos promove a ejeção do leite, facilitando a sucção do bebê. Este reflexo é bloqueado pelo estresse, pela baixa autoestima, pelo medo, dor e falta de apoio.

Nos primeiros dias após o parto, a secreção de leite é pequena, menor que 100ml/dia, mas por volta do quarto dia a mãe é capaz de produzir, em média, 600ml de leite. Na amamentação, o volume de leite produzido varia, dependendo da frequência com que a criança mama. Quanto maior a frequência das mamadas, maior será a produção de leite. Em geral, uma nutriz é capaz de produzir mais leite do que a quantidade necessária para o seu bebê, tornando possível a doação de leite aos bancos de leite.

Alguns cuidados com a mama devem ser tomados. As mamas e as papilas não precisam ser higienizadas antes e após a amamentação. Esta prática tende a retirar a camada de proteção da pele e a favorecer o aparecimento de fissuras. O uso de sabonetes e cremes nas mamas também não é recomendado. O banho de sol nas mamas é de grande importância, sendo recomendado, 10 a 20 minutos por dia, com o objetivo de reduzir a sensibilidade do mamilo. É importante também utilizar sutiã confortável, de alças largas e de algodão, para evitar que ocorra pressão sobre a mama. Os mamilos podem ser normais, planos ou invertidos, sendo que para os dois últimos um furo feito no sutiã no terceiro trimestre pode facilitar a protrusão do mamilo.

Além de informações técnicas é necessária a participação das gestantes em reuniões de grupos sobre o aleitamento materno, os quais colocam em evidência as vantagens do aleitamento materno, os medos, as facilidades e dificuldades que as mulheres possuem em relação à amamentação.

Agora já sabemos como o leite é produzido e quais são os fatores que atuam nessa produção. Em nosso próximo artigo falaremos de como é o processo de amamentação e a composição do leite materno. Então, até breve minhas queridas.



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