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A menina dos fósforos


Olá, manas! Como vocês estão?! Eu me sinto alegre e honrada por mais uma oportunidade de compartilhar com vocês sentimentos e reflexões que movem o meu Ser. Senti que o mês de abril, foi um período de desafios, tendo em vista tantas pessoas queridas que foi preciso aceitar a partida, no contexto da pandemia. Também um mês de reflexão…de que não e só o vírus que está no ar, mas também está no ar, a fé e a esperança de dias melhores, o amor também está sempre presente no ar. Desejo que possamos fazer boas escolhas do que estamos pegando no ar.

Seguimos juntas na leitura do livro "Mulheres que correm com os lobos", escrito por Clarissa Pinkola Estés. Como comentei anteriormente, estou fazendo a leitura por uma ordem intuitiva, portanto, não estou seguindo a ordem dos capítulos como está disposto no livro. Isso porque acredito que formamos uma egregora de mulheres e que através desse movimento estamos recebendo do Universo uma palavra de orientação para nossas reflexões e atitudes mais assertivas.

O texto que surgiu para esse mês foi “A menininha dos fósforos”, esse texto faz parte do Capítulo X – As águas claras: O sustento da vida criativa. Recomendo que você faça a leitura do capítulo completo, mas se ainda não for possível, busque fazer a leitura dessa parte do capítulo.

Nesse conto, havia uma menininha que não tinha nem pai, nem mãe, e morava numa floresta negra. Para comprar pão, ela vendia fósforos. Num dia muito frio, ela estava congelando porque não tinha sapatos e seu casaco era tão fino e transparente. Ela andava pelas ruas implorando que comprassem seus fósforos, mas ninguém dava atenção a ela. Ela se sentou e acendeu fósforos, pensando em acender uma lareira, mesmo sem ter gravetos, nem lenha. No primeiro fósforo que acendeu, ela se viu numa linda sala, com fogão de cerâmica, que emanava tanto calor que até chegava a ondular. Ela se aconchegou e se sentiu no paraíso. De repente, o fogão se apagou, e ela estava sentada na neve novamente. Ela acendeu o segundo fósforo, e viu através da parede uma mesa posta com uma travessa com um ganso, porem quando ela esticou a mão para alcançar, a miragem desapareceu. Ela estava novamente na neve, já não sentia dor nos seus joelhos, nem, nos seus quadris. Ela acendeu o terceiro fósforo, e viu uma linda árvore de Natal, com uma bela decoração de velas brancas. No alto dessa enorme árvore, que crescia cada vez mais, até que se transformou nas estrelas do céu. Uma estrela atravessou brilhante o céu, e ela se lembrou que sua mãe lhe disse, quando morre uma alma, uma estrela cai. E do nada, surgiu sua avó, tão carinhosa e delicada, e a menina se sentiu feliz ao vê-la. Mas a avó começou a desaparecer, e a menina acendia cada vez mais fósforos para manter a avó consigo...para mantê-la consigo...e elas começaram a subir juntas para céu, onde não havia nem frio, nem fome, nem dor. E pela manhã, entre as casas, encontraram a menina imóvel e morta.

Nas páginas seguintes ao conto, a autora faz a seguinte reflexão: “Essa criança está num ambiente em que as pessoas não se importam com ela. Se você está num ambiente desses, saia daí. (...) Se você estiver numa aflição semelhante, vire as costas e vá embora. (...) Ela se resignou ao seu “lugar” na vida. Se isso aconteceu com você, pare de se resignar e saia. (...) A Mulher Selvagem saberia o que fazer...”

Sinto que esse conto é muito especial porque mostra o quanto é importante se movimentar na vida, conforme as necessidades se apresentam. E a cada necessidade que se apresenta, existem múltiplas oportunidades. E está nas minhas mãos decidir como vou agir. Isso não posso delegar a ninguém! Mesmo em situações desafiadoras, eu posso escolher como compreender o momento e qual significado isso terá para minha jornada. Acho que isso faz parte de ter autocuidado. Se estou num ambiente que me adoece, preciso sair desse lugar – tanto físico, quanto emocional – e buscar a cura…seja buscando uma ajuda quando sinto necessidade, buscando ter uma rede de mulheres que posso contar e ser acolhida, e também faço questão de me acolher, me ouvir, me amar como o Ser que sou.

Vamos despertar cada vez mais a força feminina que habita em nós, sabendo que o princípio da vida está no ciclo – vida, morte e renascimento – e nada que é da natureza foge a esse principio. Assim, sejamos conectadas a natureza deixando partir o que não é mais necessário ficar, nos dando espaço para receber as divinas bênçãos que vem chegando a todas. Lembrem-se: juntas somos mais fortes!

Abraço de luz,



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